segunda-feira, 14 de junho de 2010

Editorial do Jornal Agora de 14 de junho aborda a Copa do Mundo sob um viés bem crítico!!!

O editorial do Jornal Agora do dia 14 de junho aborda a Copa do Mundo sob uma perspectiva bem crítica e realista. Uma boa opção para um rica aula baseada no diálogo!!!
Confira!!!

Elefantes brancos

O futebol é paixão nacional na grande maioria dos paises e, por isso, a realização de uma Copa do Mundo praticamente “faz parar a Terra” e, paralelamente, projetar, por alguns meses, o país que lhe serve como sede.


A África do Sul vem sendo falada como sede do mundial há vários meses, quer pelo canteiro de obras instalados em algumas cidades para a construção de confortáveis rodovias, de gigantescos estádios esportivos e de outras construções voltadas ao mega evento que ali já está acontecendo, quer pelos valores que foram aplicados para que o velho país de Mandella se preparasse para receber os representantes de outras nações, inclusive no que diz respeito a equipamentos e pessoal para a segurança pública.


Em meados de julho, o evento estará sendo concluído, com o público no imenso estádio de Johannesburgo, mesmo local onde as seleções da África do Sul e do México empataram na abertura do certame, assistindo o novo campeão do Mundo.


Mas, e depois da copa, o que acontece com a África do Sul? Voltam os mesmos problemas que, durante o campeonato, foram camuflados. Grande parcela do povo na miséria, sem serviço (que foram temporários durante o período de construção dos estádios) e passando fome, enquanto uma pequena parcela vive na luxuria. Muitas tribos se matando em guerras sangrentas, enquanto mulheres e crianças perdem seus maridos e pais. Sobrarão os grandes “elefantes brancos” de belo visual para mostrar que, durante um período, o mundo falou mais em África do Sul, do que durante todo o período do apartheid.


Acreditamos que, se todo o dinheiro investido com a Copa do Mundo tivesse sido revertido para a construção de casas populares, de melhores condições para a saúde pública, para a criação de mais escolas e meio de transporte, teria sido bem melhor. Afinal, quantos africanos das camadas mais humildes terão condições de ver um jogo oficial da sua seleção, ou mesmo de outras, considerando os valores cobrados pelos ingressos?


Essa história lembra a profissão de pedreiro, que pode sentir-se um magnata enquanto constrói grandes mansões e casas de luxo, mas, ao fim de cada construção, terá à sua frente a humilde casinha ou barraco onde vive.


Disponível em seu contexto aqui.

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